O telespectador Marcos Resende, de Bela Vista, em Mato Grosso do Sul, perguntou em mensagem enviada ao Giro do Boi “qual é a influência do marmoreio em uma carne de qualidade” e “que estudos temos hoje sobre esse assunto”.
O programa buscou a doutora em zootecnia e conselheira técnica da Associação de Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), Liliane Suguisawa, para esclarecer a dúvida.
“Para começo de conversa, marmoreio é a quantidade de gordura entremeada no meio da carne. Os americanos, líderes mundiais de exportação de carne de qualidade, já nós provaram que quando se avança no marmoreio da carne de um rebanho de 1,5%, que é aquele marmoreio impossível de ser visto a olho nu, praticamente inexistente, para 3,5%, […] nós aumentamos muito o sabor, a suculência, a maciez da carne bovina, principalmente quando ela é consumida depois de preparada na grelha, ou seja, como nos nossos churrascos”, contextualizou.
“Por garantir diretamente a satisfação ao consumidor, o marmoreio hoje é palavra de vanguarda para os mestres churrasqueiros, para as boutiques de carne especializadas e pelas marcas de qualidade”, frisou.
Apesar de ser um trabalho em construção, a disseminação da característica do marmoreio no rebanho brasileiro tem um aliado: a alta herdabilidade da característica entre gerações, conforme destacou Suguisawa.
“O lado bom da história é que marmoreio tem uma boa herdabilidade, ou seja, uma alta resposta à seleção genética. Com a tecnologia que fez a transformação do Angus americano disponível no mercado, está ocorrendo no Brasil de maneira complementar ao melhoramento genético de bovinos, além de precocidade, também o melhoramento da carne bovina – inclusive na raça Nelore. Isso significa que em algumas gerações, com muito foco e trabalho, nós vamos conseguir a oferta de carne macia e marmorizada aos nossos consumidores”, projetou a especialista.